Confirmando o que eu tanto temia!

Pois é! Chegou a tarde que seria provavelmente a mais longa da minha vida e foi.
... Na verdade minha tarde estava programada da seguinte forma: Almoçaríamos juntos, depois ele me deixaria no trabalho, iria trabalhar e quando desse a hora eu iria sozinha pra médica, afinal, era só uma consulta a mastologista. Como ficou á tarde: Não almoçamos, voltamos ao meu trabalho onde informei ao meus chefes o que estava acontecendo ( Marcos e Joelson, vocês foram e são ótimos e sei que sabem o tamanho da admiração que tenho por vocês) e Antonio avisou que também não iria trabalhar,viemos pra casa pra esperar a hora da consulta.
Como toda pessoa curiosa e leiga, fui no google e coloquei a conclusão do exame quanto mais lia, menos entendia e mais me desesperava.
Chegou a hora da consulta, as recepcionista mais atenciosas que já pude conhecer,mas, confesso que no primeiro momento não enxerguei nem a cor do cabelo delas (Nilze e Val, vocês são uns amores).
Como tudo acontece quando não é pra acontecer tinha uma mulher "ser humano, por assim dizer" na sala de espera que provavelmente não tinha nenhuma noção, ela falava em alto em bom som, Deus me livre ter um câncer de mama, perder meus cabelos, o cabelo não é só a moldura da mulher não, é a feminilidade da mulher. Ai ai, Deus sabe e já me perdoou por todo o "bem" que desejei a ela naquele momento, foi a tal ponto que fiquei aguardando a consulta no estacionamento.
Guiong Lee, nunca senti tanta pressão em minha cabeça ao ouvir meu nome ser chamado, lá estava Dra Denise Sobral (anjo de bata) com um belo sorriso e até aquele momento sem entender o porque de meu nariz estar três vezes maior que o habitual e meus olhos duas tochas.
Como toda primeira consulta, perguntas básicas:
Idade?
Filhos?
Cirurgias?
Histórico na família?
Como me encontrou?Indicação? Guia médico?
Essa eu faço questão de responder pra vocês, foi Deus que me levou até Dra Denise, sobre isso não me resta dúvidas.
Quando disse a ela que tinha histórico na família (minha tia amada e hoje curada) ela disse, não se preocupe, o perigo maior seria pra sua mãe, pra filha dela, pra você nem tanto. Foi aí que desabei e lhe entreguei os exames e desabafei; infelizmente já tenho o diagnóstico, como me doeu afirmar aquilo, ela com muito jeito disse: Eu achei que essa cara de choro era porque vocês tinham brigado (antes fosse) e de imediato começou a ler os exames e afirmou o que já sabíamos, é você tem um câncer de mama num estágio um pouco avançado e vai precisar operar o quanto antes, daí eu já não ouvia quase nada do que ela dizia, depois foi que conversando com Antonio é que fui assimilando o que se passou naquele consultório.
Dra Denise passou uma bateria de exames (pré operatório, pra definir medicação, pra verificar se tinha se espalhado,pra confirmar que a outra mama não tinha nada), que segundo ela definiria alguns fatores indispensáveis para minha cirurgia e tratamento. O que sei foi que ela após me examinar me deu algumas opções de cirurgia, que entre elas estaria a retirada de quadrante (parte da mama), mastectomia radical (retirada total da mama e músculo), e mastectomia radical seguida de reconstrução (retirada total com reconstrução feita através de grande dorsal, explico já,rs).
Só sei que nunca vi tanta guia de solicitação de exame em minha vida. Tentei decidir naquele momento qual cirurgia optaria, porém Dra Denise disse que só queria essa resposta na próxima consulta ( dia 07/10).
Após tantas informações lançadas, eu já não sabia o que pensar, o que fazer, lembro quando ela olhou pra meu esposo(ele sempre abraçado comigo) e disse: É disso que ela precisa, do seu amor, do seu apoio, ela não é só um peito, ela é uma mulher completa. Eu confesso que mesmo sem saber o que estava passando na cabeça dele naquele momento eu NUNCA duvidei que teria seu apoio incondicionalmente e tem sido assim todos estes dias.
Saímos da clínica e ainda no estacionamento o vi chorar pela primeira vez desde que começamos a investigar, e tudo que ele pedia enquanto chorava era que eu não desistisse, que coisa difícil a se pedir naquele momento, como eu sofri ao lhe ver sofrer, me dói só de lembrar.
Contei pra minha mãe e meu pai ( meu padrasto que é meu pai aqui na terra, Sr Jailton já tá em outro plano,que não esse que vivemos), meu irmão e deixei com eles a tarefa de informar o que estava se passando aos meus outros irmãos e família, eu imagino a dor que causei (mesmo sem querer)a minha mãe naquele momento, e acredite, D Elenita é a mulher mais forte, guerreira, batalhadora que já conheci na vida, como os amo mainha e Dário.
Avisei também a Bebel minha prima (Noeli), pois sabia que era uma pessoa que eu poderia contar durante todo processo de pós cirúrgico e conto com ela até esse momento.Te amo demais!
Tive vários "anjos"me ajudando desde então e falarei deles com o maior prazer no caminhar do nosso blog.
Me questionei durante todo o caminho de volta pra casa e assim seguiu madrugada a dentro...
Será que vou ter forças? E a resposta não me vinha á cabeça...

Ô pessoas amanhã nos veremos por aqui...falarei da consulta com a psicologa (não lembro o nome) e a primeira consulta com Dr House (Marcelo Salgado- Anjo Oncologista)

Beijos e fiquem na PAZ!