domingo, 16 de fevereiro de 2014

Pós cirúrgico

    Oi pessoas!

    Antes que alguém desista de ler no meio do caminho, gostaria que soubessem que se fosse voltar no tempo, mesmo sabendo o quanto é sofrido o pós cirúrgico, garanto que faria tudo outra vez.
    Bem que a gente poderia pular essa parte...mas, como prometi a vocês que tentaria contar a história o mais próximo do que vivi, vamos lá.
Eu sempre achei que suportava sentir dor (não era mole), afinal tive dois filhos de parto normal e sempre acreditei que esse seria o nível máximo de dor que poderia sentir, foi aí que me enganei.
    Quando estive no consultório de Dr Milton pela 2ª vez e ele me entregou um receituário com alguns remédios pra dor preferir acreditar que não precisaria daquilo tudo e que aquilo seria mais uma precaução, mas também lembro dele me alertando de que não seria um pós cirúrgico fácil, visto que eu faria uma cirurgia de grande porte e como falei a vocês em um outro post, a cirurgia de reconstrução é feita com músculo e pele das costas, o que me deixaria com uma cicatriz de mais ou menos um palmo nas costas e um recorte na mama.
    Sai da clínica me perguntando como eu faria pra dormir, afinal eu teria uma cirurgia nas costas e outra na mama e sabia que dormir de lado mesmo do lado direito (não cirurgiado) não seria possível.Pensei!Será que vou ter que dormir em pé? Pra minha provisória alegria isso não seria necessário,questionei com Dr Milton como seria minha dormida e ele me falou que podia dormir com a barriga pra cima, ou seja, em cima da cirurgia das costas.Que jóia!Sempre achei esse o pior jeito para dormir, que sorte a minha.
    A cirurgia foi um sucesso, tudo dentro do esperado, tive alta em menos de vinte e quatro horas e foi exatamente aí que começou o meu tormento.
    Fiquei com medo de ficar em casa sem todo aquele aparato que temos no hospital, acho que é normal isso. Graças a Deus pude contar com pessoas que foram indispensáveis nesse processo e gostaria de destacar algumas: Nara que durante muitos dias esteve comigo diariamente trocando meus curativos, com toda paciência do mundo, Cleinha que também por muitas vezes me socorreu seja presencialmente ou por telefone, Shenna que também me ajudou com os curativos, mainha com certeza não teria suportado sem a senhora,Dário(meu padrasto,meu pai, meu amor)obrigado por liberar mainha, Bebel minha prima eu jamais conseguirei agradecer tudo que fez por mim, Nah, Liuminha, tia Uda,tio Efraim, obrigada pelos almoços feitos com tanto carinho, tias Janda, Janimaria, Jarda, Maria,obrigada pelas visitas e por me entender, vó obrigada pelas comidas já prontinhas que a senhora mandava,coisa boa sentir seu tempero,Léo e Simone, agradeço pelo carinho, palavras, remédios e todo dengo que me deram,primos,primas,amigos,irmãos,filhos. A todos deixo meu tão sincero agradecimento por toda dedicação,carinho, cuidado que tiveram por mim.Amo muito vocês.
     Enfim estar em casa mesmo cercada de tanto carinho e cuidado não foi fácil, afinal ter dois drenos pendurados fizeram ser os primeiros dias pós cirurgias os dias mais longos de minha vida. Como sempre fui muito ativa depender das pessoas para tudo, foi  muito complicado.
     Comecei sentir muitas dores. Nunca fui de reclamar de dor, desde pequena quando vinha reclamar de dor era porque já estava realmente no meu limite e dessa vez não foi diferente, sentia dores todo o tempo, tomava vários remédios para dores, anti-inflamatórios, calmantes para dormir e nada diminuía as dores que sentia, hora ou outra sentia um pouco de alívio, mas ficar sem dor mesmo foram poucos momentos. Os drenos precisavam ser esvaziados de tempo em tempo, foi aí que percebemos que um deles não estava drenando e foi justamente por isso que vimos que a mama cirurgiada começou a apresentar um pouco de vermelhidão, como eu já não estava suportando as dores resolvemos ir ao hospital.
     Chegando lá fui atendida por um cirurgião que me fez sentir uma das piores dores que sentir em minha vida, como eles tinham colocado um remédio pra dor através de soro e seria necessário colher sangue pra um exame  e não podia colher esse sangue de nenhum dos dois braços (um por ter sido colocado a medicação e o outro por eu ter feito o esvaziamento) o médico teve a brilhante ideia de colher sangue da minha virilha, nossa!Que dor, lembro que pra variar, chorou eu, Antonio e mainha. E nem me questione o nome do médico, porque prefiro sempre deixar minha memória ativa para as boas lembranças, portanto não sei o nome dele. O que sei é que ele constatou que um dos drenos estava de fato com defeito, mas mesmo assim ele alegou que não poderia trocar porque o hospital não permitiria tal troca por se tratar de algo muito caro, questionamos a ele por algumas vezes caro quanto? E ele nunca respondia, até que tive a brilhante ideia de ligar para Dr Milton afim que ele esclarecesse aquele médico da necessidade do dreno ser trocado, até hoje não sei o que Dr Milton falou com ele, mas o que sei é que o dreno foi trocado (a cirurgia foi na quarta e essa agonia foi no sábado) foi feita uma ultrassom para verificar se estava tudo ok e passei aquela noite internada, melhor dizendo, passamos, pois todas as noites que estive internada Antonio esteve comigo.Te amo chatice.
     Pela manhã recebi a visita de Dr Milton, me senti tranquila demais por ele estar ali, conversamos um pouco e ele explicou que só teria alta a noite após tomar outra dose de um antibiótico,mas que estava feliz por me ver "bem" e ter sido descartada a possibilidade de ser refeita a cirurgia.
    Chegou a noite fomos pra casa, dessa vez com o dreno funcionando.
     Mas as dores, não deixaram de me fazer companhia. Chegou o dia de tirar o dreno, fui morrendo de medo ao consultório de Dr Milton e para minha grata surpresa a retirada dos drenos e dos pontos não doeram. Quando digo que sou sua fã, não estou exagerando.
     Mas as dores...continuavam a me acompanhar. Lembro que um dia de tanta dor que eu sentia, olhei pra mainha (normalmente todo mundo saia de perto, ninguém aguentava ver meu sofrimento) e falei pra ela que se soubesse que iria sofrer tanto tinha preferido ficar sem a mama, mas, como disse no começo e digo sempre, faria tudo de novo e não há dor que fique para sempre e não há sofrimento que perdure, uma hora...Tudo passa!Graças a Deus por isso.
    Ganhei de minha tia Janimaria um urso lindo e grande que o batizei de Bonito Lee (tia a senhora me mima demais, e eu adoro isso,rss) e eu comecei a usar o bonito pra esquecer as dores, quando as dores ficavam insuportáveis eu tirava foto de Bonito em situações inusitadas para aliviar minhas dores, na verdade para tentar esquecê-las e fazer com que minha prima e minha mãe se distraíssem um pouco.Além de Bonito Lee ter sido meu travesseiro e minha escora por muito tempo.
    Fiquei bastante inchada por conta da retenção de líquidos após a retirada do dreno e me auto apelidei de Glória, aquela do filme Madagascar, minha silhueta ficou muito próxima a dela,rs. Pena não ter encontrado a foto para mostrar a vocês.
    Dormir por muitas noites na cadeira do papai na sala e Antonio no chão pra me fazer companhia, pois não conseguia deitar na cama, acho que levamos bem um mês para voltarmos a dormir no nosso quarto. Obrigada amor pela paciência e eu te desculpo pelas vezes que de madrugada se levantou para me levar ao banheiro e esqueceu de levantar minha calcinha,rs (como andar com a calcinha na altura do joelho até hoje não aprendi). Te amo assim  mesmo.
    Hoje sei que sou ainda mais forte do que aquela menina que teve o primeiro filho de parto normal aos dezesseis anos e tenho a certeza de que tudo que passei e tenho passado tem feito e fará de mim uma pessoa ainda mais forte e melhor.
    Reforço meu agradecimento a todos que estiveram comigo.
    Dr Milton Rocha, Dra Denise Sobral e toda equipe médica e de enfermagem, mas uma vez agradeço a Deus pela vida de vocês.
    No próximo post vamos falar sobre fisioterapia e colocação do cateter.

    Beijoss e fiquem na PAZ!

    “Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Combinado? Este vai ser o nosso segredo (…) Uma cicatriz significa: Eu sobrevivi. ”
Caio F Abreu
Mais ou menos um mês pós cirurgia,já tinha aprendido a conviver com a dor e já sabia bem meus limites


Bonito Lee

Primeira saída pós cirurgia com meu amor, olha a cara dele de cansado,rs.


Bonito Lee comendo

Bonito me fazendo inveja, pois eu não podia deitar na rede.

Tentando desfazer meu bico.

Bonito Lee tricolor!




8 comentários:

  1. A cada dia e cada post que você merece o nome dado ao blog...
    Lee guerreira!
    A sua vitória é linda e radiante
    Te am♡

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    1. Ô Fê! Essa vitória só vem existindo pelo amor que recebo. Amo tu também e obrigada por ter cedido teu ombro pra mim nesses momentos tão difíceis.
      Beijosssss

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  2. Resumindo: Tenho fé que Deus não te fará passar por estas dores novamente, é nisto que creio e peço nas minhas preces....E se outras vierem, estareis aqui, amigos são para estas coisas....acho que lembras, quando ainda estava lá no Rio e ainda nem nos conhecíamos pessoalmente, já falava que eras a irmã que não tive. A minha timidez por hora, talvez me faça uma pessoa diferente dos outros amigos, mas acredito nos gestos, vejo que eles refletiram tudo o que senti e sinto. Espero que venham mais momentos felizes e menos dores, esta certamente nos trouxe aprendizado que fazem parte do viver...estarei sempre por aqui, você sabe! Muito obrigada! Que Deus esteja sempre dentro de ti, fortalecendo e guiando seus passos...Beijossss Nara. És vencedora!

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    1. Amo tu assim mesmo,rs.
      Sou muito grata mesmo por todo seu cuidado, orações, carinho que tem e teve por mim durante todo esse tempo e espero que a gente tenha ainda muito mais momentos felizes e sem dores pra compensar esses dias tão difíceis.Obrigada mais uma vez e saiba que agradeço e peço a Deus pela tua vida.

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  3. Meu pai que exemplo. É por essas e outras que acho não ser digna de viver.

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    1. Carol, nem brinca com isso.Se você tem a oportunidade de estar aqui nesse mundo é porque existe um propósito para isso e com certeza você é digna de viver. Agradece essa oportunidade e viva!!!!!! Beijos e se cuida!

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  4. Relembrar sofrimento é sempre muito ruim, mas vendo a tua melhora, tua força de vontade, tua garra, me dá um novo animo ... Deus sabe o que passei e agradeço a todos que pediram a Ele por mim ... Te amo ... estou contigo pra o que der e vier e juntas contaremos vitórias ... Cheiros .... Cheirinhos ... Cheirões .... Deus te abençoe

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    1. Te amo mais mãe e imagino o quanto a senhora sofreu com cada dor que sentia,cada lágrima, mas o que importa é que estamos aqui e bem para contar e viver novas historias.Te amoooooooooooo.Beijoss

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